VEJA-BH - Minas, são
muitas
CIDADE:
CAETANÓPOLIS | DISTÂNCIA DA CAPITAL: 96 QUILÔMETROS | REGIÃO: CENTRAL | NÚMERO
DE HABITANTES: 10 345 | PRINCIPAIS ATRAÇÕES: MUSEU TÊXTIL DÉCIO MASCARENHAS E MEMORIAL CLARA NUNES
por Paola
Carvalho | 21 de Agosto de 2013
O Museu Têxtil Décio Mascarenhas e o Memorial Clara Nunes (no detalhe): passado preservado
Conhecidos como "o ABC da indústria têxtil brasileira", os irmãos Antônio, Bernardo e Caetano Mascarenhas instalaram, por volta de 1870, uma fábrica de tecidos no distrito de Cedro, localizado em Paraopeba.
Emancipado em 1954, o então município
foi rebatizado de Caetanópolis, em homenagem a um dos fundadores da indústria,
e guarda a memória da Companhia de Fiação e Tecidos Cedro e Cachoeira. No
imóvel que foi a primeira sede da empresa funciona o Museu Têxtil Décio
Mascarenhas, um arquivo histórico com mais de 1 000 peças que contam a evolução do negócio.
É preciso
tempo para explorar cada detalhe em exposição — os teares, as cartelas de
estampas, os primeiros papéis negociados na bolsa de valores, a coleção de
carruagens e o curioso cadastro de clientes. Nele estão registradas as
classificações dos fregueses: "pândego, descansado, tornou-se muito
atrevido, não serve", "rico, compra muito, mas é exigente e
reclamador" e "quebrou por velhacaria, pagou-nos com badulaques,
péssimo" são algumas das observações que ficaram para a história.
No meio do acervo, chama atenção também o registro da antiga funcionária Clara Nunes, que acabou se tornando a "voz de ouro" do Brasil. "Nós duas fomos tecelãs na Cedro", conta Maria Gonçalves da Silva, a irmã da cantora, morta em 1983, e responsável pelo Memorial Clara Nunes.
No meio do acervo, chama atenção também o registro da antiga funcionária Clara Nunes, que acabou se tornando a "voz de ouro" do Brasil. "Nós duas fomos tecelãs na Cedro", conta Maria Gonçalves da Silva, a irmã da cantora, morta em 1983, e responsável pelo Memorial Clara Nunes.
No espaço, que não fica distante da
antiga fábrica, estão fotos, discos, prêmios e vestidos que pertenceram à
artista, a primeira mulher a vender mais de 100 000 cópias de um disco no país. "Meu preferido é o vestido usado no show Mestiça, o último que ela fez", diz a irmã, mais conhecida como dona Mariquita. "Lutei por trinta anos para
abrir este acervo." Ela também administra uma creche na cidade — um sonho
de Clara, que não pôde ter filhos.